Ancestralidade e Filosofia Africana, entenda a conexão

Minha conexão com a ancestralidade preta se deu de forma tardia, e imagino que seja o comum entre nós, visto que o despertar dos nossos perpassa sobreviver e curar cicatrizes. Siga nessa leitura e vamos aprofundar juntes nisso.

O sistema que está posto, não tem motivo algum em abrir mão dos privilégios da colonização e promover a cultura preta, pois é lindo nos ver nos palcos, nas passarelas sambando, mas quando lugares de privilégio começam a ser ocupados “retirando” a vaga dos seus, o olhar muda.

A pandemia dizimou vidas, negócios e sonhos, muitos dos nossos perderam seus empregos e por conseguinte sua dignidade, o povo já sofrido agonizando pra superar mais uma batalha…
Aos que sobrevivem, e aos meus que têm o privilégio de poder estar presente nessa leitura, divido o meu despertar, não como a chama da verdade, mas como a provocação de sempre.

Esse período de mudanças compulsórias me fez voltar a mim, e isso se deu pela busca por minha ancestralidade, em meio a dor da mudança, e a fuga de assuntos necessários, mas que já estamos cansados de debater e nos fazem reviver dores.

Somos ludibriados em nos comparar com descendentes de escravos, sem alma, sem história, sem passado… e tudo isso que fomos levados a crer como história absoluta e finda em si.
Até que o poder das redes possibilita nos conectar, e partilhar conhecimento.

Minha busca por autoestima, se dava somente pelo afrofuturo, onde certamente teríamos lugar de protagonismo. Uma fuga talvez, da realidade que vivenciamos no dia a dia.
Até que a auto imersão  se conecta com a filosofia africana!?

Sim, o povo dito como “sem alma” resumido a escravidão, na verdade revela-se tão sapiente, que me faltam palavras para expressar a sensação de me conectar com o assunto ANCESTRALIDADE.

NOSSA! Chega a ser revoltante num primeiro momento, todo um saber que nos foi roubado… e ressignificado sem citar sua “inspiração/apropriação”.
Porque não me foi apresentado isso na escola? Seria tudo tão diferente…

À medida que me aprofundo no assunto, mais me sinto fortalecido em querer que os meus também se fortaleçam e se apropriem desse poder. E que tomemos posse do que é nosso! Nossa cultura, nossa religião, nossa arte, nossa dança, mas não só…. Nosso pensar, nosso legado, nosso saber ancestral da natureza, nossos símbolos, nossos contos, nosso poder mítico, nossa verdadeira história, nossa FILOSOFIA! Sim diferente do que nos foi apresentado, nossos ancestrais também construíram conhecimento e lhes provoco a buscar outros vieses.

De fato, eu sei o porquê do nosso despertar ser tardio, são anos de exploração e não será do dia para a noite que toda essa estrutura será destruída. Contudo, temos uma ferramenta que nos conecta, e nos permite contato com o outro lado da história, e cabe a cada um de nós buscar esse acolhimento, esse fortalecimento para ocupar o lugar que quisermos, mais leves pois nosso legado é tão incrível e nos empodera a essa desconstrução, sabendo quem de fato somos, de onde viemos, e para onde podemos ir.

Olhando para o passado, para agir no presente e construir um afrofuturo antes impossível, em comunidade, em coletivos, em aquilombamentos, abrindo portas com a nossa diversidade de talentos.

Eae? Preparados para embarcar nesse retorno a si? Visitar a história e buscar seus tesouros, partilhar com os seus esse despertar pelo poder? Conta pra mim nos comentários!
Apropriem-se de nossos símbolos, reafirmem-se como herdeiros, sejamos legado desse poder, não mais da dor. Estejamos vivos! UBUNTU.

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