Olá minha nação Zkayana! Que os próximos dias sejam incríveis para nós! Que sigamos sorrindo e com “força na peruca”! Opa! Por falar nessa expressão – força na peruca – vocês já ouviram falar das Laces? Todos os dias a indústria estética lança um modelo diferente desse aplique com características realistas e, a adesão do público tem sido cada vez maior.
Incorporada à estética de muitas artistas, como Beyoncé, Nicki Minaj, Ludmilla, Tássia Reis, e, por vezes, recurso para mulheres que estão passando por transição capilar ou por tratamentos de saúde que fazem o cabelo cair, a lace é sinônimo de estilo, versatilidade e também ajuda a melhorar a autoestima e o bem estar. Mas, é importante reiterar que a utilização das laces está para além do olhar vaidoso do mundo moderno.
Mas o que é lace?
Quando me refiro às laces, estou me dirigindo à utilização de um acessório importantíssimo, milenar e com grande valor histórico. De acordo com registros, as perucas são originárias do Antigo Egito que, em função do clima quente, eram utilizadas como importantes acessórios de proteção contra a ação solar diretamente no couro cabeludo. Além disso, elas eram artigos sofisticados, tidos como uma mercadoria valiosa dentro do mercado de escambo, ao lado do ouro e do incenso. A utilização de uma peruca poderia determinar o status social e algumas pessoas chegavam a ser enterradas com suas perucas na expectativa de que, na vida após a morte, fossem vistas como pessoas ricas e bonitas.
Avançando nos registros históricos que tratam das laces, é possível citarmos a Christina Jenkins, mulher negra estadunidense, nascida em 1920 e formada em ciências pela Leland College que teve imensa contribuição histórica para a autoestima da mulher ao inventar o processo de tecelagem de cabelo, logo no final dos anos 1940. Ela conquistou o mundo com esse feito e foi reconhecida em 2003 pela então congressista norte-americana Stephanie Tubbs Joenes pela sua “contribuição revolucionária”.
Existe uma diferença entre Peruca e Lace?
Simmm! A diferença é a telinha que simula o couro cabeludo. Os fios também são costurados um a um, dando a impressão que os fios saem do couro cabeludo mesmo, quando a lace é colada na pele. Isso dá um acabamento mais perfeito.
O que para muitas pessoas é apenas uma peruca, para outras reflete um acessório indispensável por serem utilizadas como ferramenta para construção de identidade, expressão artística e representação sobre quem elas são ou em quem podem se transformar. De fato, foi uma contribuição e tanta esse processo de tecelagem de cabelos, mas é também importante refletir sobre a cadeia de produção e sobre a origem do cabelo que se está consumindo.
E Como funciona a cadeia de produção das Laces?
Uma extensa reportagem de 2018 do veículo australiano ABC revelou que a maior parte dos cabelos comercializados dentro da indústria de Laces vem da Ásia, em especial da China, contando com inúmeros relatos de situações desumanas relacionados à exploração, assédio e baixa remuneração, além da falta de transparência. Há uma estimativa de que o mercado global de perucas e extensões de cabelo alcance receitas de mais de US$ 10 bilhões até 2023. Se esse processo não for humanizado, será apenas mais um dos diversos caminhos de violência para a indústria da moda e da estética. É necessário que estejamos vigilantes.